Hey, Blues!
É verdade que essa temporada tem sido um pouco diferente do que esperávamos após termos sido campeões incontestáveis. De lá pra cá, Diego Costa, Matic e o ídolo John Terry saíram de Stamford Bridge; Rüdiger, Bakayoko, Morata, Zappacosta e Drinkwater chegaram e, claro, voltamos a disputar a UEFA Champions League.
Mas, alguns resultados tem fugido do esperado. Fugido pro lado negativo mesmo, com tropeços inesperados na Premier League e com um revés duro de engolir contra a Roma, na capital italiana. Aliás, o empate em Stamford Bridge contra o time Giallorossi já havia sido decepcionante, pelo fato da equipe não conseguir administrar o resultado e flertar seriamente com a derrota.
Essa irregularidade que gera uma certa insegurança na torcida, atraindo a crise para dentro do clube e que me faz pensar: Antonio Conte teve o seu trabalho sabotado dentro do clube? Mais do que repor as posições em que perdemos jogadores, poderíamos ter fortalecido o elenco, já que principalmente os dois times de Manchester fizeram isso?
Não estou dizendo que o elenco é ruim. Não, não é. Ainda é um time forte e que pode brigar por títulos, mas que poderia estar melhor, ainda mais competitivo… Até por considerar o “azar” que demos a perder o Kanté por lesão na última Data FIFA, Willian e Pedro estarem abaixo do nível de atuação esperados e o time não estar tão compacto e seguro defensivamente como era na temporada passada. Culpa das fracas atuações individuais de um jogador em específico ou pelo próprio sistema tático estar apresentando mais falhas do que virtudes, já que estamos atuando muito mais no 3-5-2 do que no consagrado e copiado 3-4-3? Vamos por partes.
Lesões tem sido um problema quase que constante. Drinkwater já chegou do Leicester se recuperando de uma lesão na panturrilha. Hazard, Morata, Victor Moses e por último, Kanté, também foram desfalques nessa primeira parte da temporada.
Além disso, Gary Cahill tem sido alvo de críticas e, na minha opinião, justas. Muito embora, todo o sistema defensivo apresente falhas, o camisa 24 vem falhando bastante em posicionamento e até mesmo em fundamentos básicos para um zagueiro: Desarme, marcação, cobertura, jogo aéreo… Andreas Christensen, zagueiro dinamarquês que voltou de empréstimo do Borussia Mochengladbach, surge como uma opção interessante já que Rüdiger tem sido uma boa notícia em meio a crise defensiva e Azpilicueta mantenha o bom nível de atuações da temporada passada, inclusive sendo o líder de assistências: Quatro.
Entretanto não é apenas a parte individual que preocupa. Dos 10 gols sofridos pelos Blues na Premier League até aqui, foram 4 sofridos entre os minutos 31′ e 45′, contando acréscimos, do primeiro tempo. Há desatenção e relaxamento, coisa que não ocorreu nos melhores momentos em 2016-17.
Porém, não existem problemas apenas na defesa. Hazard voltou de lesão mas ainda não engrenou. Normal pelo tempo que ficou parado… A questão, na minha visão, está no outro flanco ofensivo: Willian e Pedro estão abaixo do que podem render, principalmente o brasileiro.
Tudo bem, ele ajudou a mudar a cara do time e virar o jogo difícil contra o Watford e fez o gol que garantiu a vitória contra o Everton pela Carabao Cup, mas o fato de vir do banco e não conseguir ajudar muito na maior parte das partidas e, quando começa entre os XI, não corresponder com as expectativas, só ajudam o fato do time não estar tão forte como na última temporada, onde o camisa 22 fez 12 gols e foi peça fundamental no esquema de Conte.
Mas a dúvida é: Por quê não fortaleceram o elenco? Houve arrogância na diretoria do clube que acreditou no elenco para disputar o título de Premier League e Champions? Uma investida maior em Riyad Mahrez, por exemplo, seria muito bem-vinda. O mercado inflacionado não pode ser desculpa. Para ser campeão precisa-se gastar mesmo. Gastar não, investir. Gastar é contratar por um preço surreal um jogador que não valha nem 1/3 do seu valor, como algumas equipes brasileiras cansam de fazer ano após ano.
Um exemplo disso é a resposta sem exatidão de simples perguntas: “Quem é o reserva de Hazard?” Se perdermos Cesc Fábregas, quem fica responsável por armar as jogadas pelo meio campo? O time é forte, mas o elenco poderia estar mais encorpado. As lesões e suspensões chegam e não podemos fazer nada contra isso. Conte também não. Nem milagre e acho que ele mesmo já esperava por uma temporada muito mais difícil pelo crescimento técnico dos rivais e pelo seu esquema tático ser copiado e adaptado para muitas equipes da liga.
4ª posição na tabela, 19 pontos ganhos e a nove do líder Manchester City, que inclusive nos venceu em Stamford Bridge sem a menor dificuldade mesmo com o placar mínimo. Pelo menos, a vinda de Álvaro Morata foi uma ótima novidade: 7 gols, 3 assistências e a esperança de que não sentiremos falta dos gols de Diego Costa. Dos gols, não das infinitas encrencas.
Só nos resta torcer para que Antonio Conte encontre uma forma desse time render bem para brigar por títulos. Não duvido que ele consiga pois já provou que é um excelente técnico, resta saber se os jogadores estarão interessados em mandar a crise para o lugar que é dela por direito: Emirates Stadium.
