De todas as mudanças que o Chelsea sofreu nas últimas temporadas tanto no elenco, novos ídolos surgindo e mudanças no estilo de jogar, há o nome do lateral-esquerdo espanhol Marcos Alonso, contratado junto a Fiorentina em agosto de 2016 por 23 milhões de euros, que desempenhou função importante nos esquema de Antonio Conte e agora no de Maurizio Sarri pela sua vocação ofensiva, sendo muito mais do que uma arma secreta para surpreender o adversário no ataque.
No início de sua trajetória em Stamford Bridge, Alonso já era considerado importante no 3-4-2-1 de Conte para ser o ala esquerdo de um esquema que seria surpreendente em uma Premier League que cada vez mais introduzia o 4-3-3 em uma liga conhecida pelo 4-4-2. O Chelsea foi campeão inglês na temporada 2016-17 de maneira incontestável e o espanhol foi uma das gratas novidades com seus seis gols em 30 partidas.
Bom cobrador de faltas, como no golaço marcado contra o Tottenham na temporada 2017/18 em Wembley, suas qualidades ofensivas se destacam ainda mais quando as circunstâncias do jogo o permitem chegar mais a frente, tanto na linha de fundo para cruzamentos ou avançando em diagonal para buscar infiltrações e tabelas. Ou seja, o esquema utilizado por Maurizio Sarri possibilita e explora bem a sua vocação, tornando o lateral, um dos pilares desse início de nova era em Stamford Bridge.
Com o 4-3-3 usado por Sarri, Alonso se posiciona por dentro no início da criação das jogadas ofensivas, permitindo Hazard (Ou Willian) atuar aberto pela ponta, algo que muda conforme a equipe se aproxima do último terço, onde há o drible na infilitração em diagonal da ponta para o meio. Mas isso não é uma regra. Contra Huddersfield e Newcastle, por exemplo, Alonso foi quem fez esse movimento de infiltração na área, conseguindo pênaltis nos dois jogos, em partidas que o Chelsea afunilou muito suas tentativas de ataque.
Além disso, Marcos Alonso participou de seis dos dez gols marcados pelos Blues na temporada até aqui, com direito a um gol e duas assistências. Se usarmos a partida contra o Bournemouth como exemplo, transforma-se em um ponta pela esquerda e junto com Azpilicueta, lateral-direito, geraram amplitude e foram importantes para a criação das jogadas, já que Jorginho e Kovacic estavam bem marcados na meia-central.
Defensivamente, considerando que o próprio sistema defensivo dos Blues pode melhorar e deverá evoluir nas próximas partidas, Alonso tem a média de dois desarmes por partida, mas os espaços cedidos em seu setor contra o Arsenal, mostra que sua vocação ofensiva tem conseqüências, o que pode permitir um posicionamento mais cauteloso contra equipes mais fortes.
Para o jornal espanhol “El País”, Alonso falou sobre o novo posicionamento no Chelsea:
“As pessoas estavam acostumadas a me ver com 3-5-2, porque na Fiorentina tocamos assim. Mas o difícil foi se adaptar a esse sistema quando cheguei à Itália. Eu tinha jogado com uma linha de quatro durante toda a carreira, no Castilla e pelo Bolton. Este é o retorno à minha posição natural e estou muito feliz com o novo sistema de Sarri. Sinto-me tão bem quanto com o 3-5-2 de Conte… Talvez com o Conte estava mais perto do gol. Ele gostou que as duas pistas surgissem. Agora é mais surpreendente, aparecendo por trás quando o outro lado não aparece. Depende de como será o jogo. Se a equipe precisa de ajuda, arriscamo-nos mais.”
De qualquer forma, é inegável que estamos animados com o “novo Chelsea de Sarri” e Alonso faz parte disso. Fundamental se analisarmos que a temporada está apenas começando e que seu comandante o considera o melhor do mundo na posição.
Um agradecimento ao amigo João Victor Cardoso, do MW Futebol, pelo auxílio no texto.