Apesar de ainda estar invicto na temporada, o Chelsea ainda possui alguns aspectos do seu jogo que precisam de atenção para que o time se torne cada vez melhor. Alguns mais urgentes que outros, alguns que possivelmente se resolverão sozinhos, enquanto outros talvez demandem atividade na janela de transferências.
Começando de forma crescente, eu destacaria o “excesso de paciência”. Com o novo sistema implantado por Sarri, o time mudou completamente o estilo da temporada passada. Agora o time joga com a bola no pé, trocando passes, tentando furar o bloqueio defensivo adversário.
Foi assim na maioria dos jogos do campeonato, e provavelmente continuará sendo assim sempre que o jogo não for contra equipes de grande poder técnico, como Liverpool e Manchester City. Mas furar esses bloqueios demanda paciência, principalmente quando o gol não sai logo no começo, e o Chelsea tem mostrado que possui essa virtude. Mas o empate contra o West Ham na penúltima rodada mostrou que, às vezes, é necessário trocar a marcha.
Apesar de conseguir dominar o jogo e conseguir manter a posse de bola, o time ainda não tem tanta velocidade na troca de passes, o que dificulta a penetração em defesas mais fechadas. Além disso, precisamos que os meias se arrisquem mais, se apresentem mais na área, busquem mais lances perigosos.
O que nos leva a pensar sobre Kanté. O meia francês ganhou nova posição e novas atribuições nessa temporada. Se antes ele era sobretudo um “cão de guarda”, destruidor de jogadas do adversário, agora ele precisa se aventurar mais no ataque e na criação de jogadas.
Apesar de habilidoso e errar poucos passes, Kanté ainda não se mostrou como um grande recurso no ataque, como é na defesa. Talvez seja questão de tempo até ele encontrar sua vocação ofensiva, mas, por enquanto, em jogos contra times muito fechados, talvez um jogador mais criativo, como Fàbregas, esteja mais suscetível a arquitetar uma jogada que resulte em gol, como vimos hoje na partida da Europa League.
Obs: na minha opinião, Kanté é o melhor jogador do time, atrás somente de Hazard (e deve ser titular mais que absoluto).
Um fundamento que visivelmente precisa melhorar é a finalização, tanto de curta quanto longa distância. Entre os cinco primeiros colocados, o Chelsea possui o pior percentual de chutes no alvo, segundo as estatísticas do site oficial da Premier League.
Temos jogadores que batem bem na bola, como Barkley e Willian. Chutes longos podem ser um recurso interessante contra defesas fechadas.
Um problema que julgo ser mais grave é o comando do ataque. Giroud e Morata não entregam o que um centroavante de um time como o Chelsea precisa. Claro que ainda existe a chance de um deles desencantar, já que, pelo menos até janeiro, ele são as únicas opções. Porém, se a situação continuar como está por muito mais tempo, começo a pensar que a aquisição de um bom camisa “9” seja o caminho a seguir.