Ainda em busca de uma nova identidade, o Chelsea retornou à Champions League, e encarou logo de cara um adversário complicado, o Valencia do meio-campista Dani Parejo. Se nos bastidores o clima é caótico, em campo os espanhóis demonstraram grande organização tática e superaram os Blues pela contagem miníma.
Após a goleada aplicada no Molineaux Stadium, Frank Lampard voltou a optar por uma formação com três zagueiros com os alas, Azplicueta e Alonso, recompondo em uma linha de 5. A equipe em si estava distribuída no 3-4-2-1, com Willian e Mount dando apoio ao centro-avante, Tammy Abraham.
O Chelsea demonstrou muita dificuldade em romper a boa defesa montada pelo Valencia, os espanhóis vinham com duas linhas de 4 bem compactas, o que obrigou aos ingleses exagerarem em jogadas pelos lados do campo, gerando assim 29 tentativas de cruzamentos com apenas 9 certos ao final do jogo.
Willian e Pedro pouco se associavam, optando por uma jogada individual ou em algo focado pelos flancos dos campo e nunca pelo centro, logo, havia um vazio no meio ofensivo do Chelsea, com isso a bola pouco chegou para Abraham, que foi presa fácil para a dupla de zagueiros do adversário.
A ideia de alargar o campo, dando maior amplitude ao time, fez com que os Blues perdessem o controle do jogo pelo centro, local este em que os espanhóis tinham seu melhor jogador, Dani Parejo, que fora sacrificado a jogar em uma função mais de marcação, mesmo assim o meia era o responsável direto por iniciar os contra golpes valencianos.
Outras alternativas utilizadas pelo Chelsea foram as viradas de jogo e os lançamentos afim de encontrar um jogador desmarcado e assim gerar perigo a meta de Cilissen, não atoa a melhor oportunidade azul foi resultado de uma armação rápida e lançamento de Kovacic para Willian que desperdiçou a chance.
Mesmo tendo perdido, Christensen e Tomori fizeram outra boa atuação com a camisa dos Blues. No geral a defesa apresentou certa solidez em si, mas como já vem sendo marca da equipe no ano, os problemas na bola parada apareceram, Rodrigo teve liberdade para definir após falta bem cobrada por Parejo.
Lampard terá muito trabalho, principalmente após o revés na estréia, o ataque se mostrou muito passivo criando pouco perigo a meta do Valencia, as melhores chances foram em bolas paradas com Marcos Alonso.
A equipe ainda não possui uma identidade e nem padrão de jogo, as alterações foram equivocadas, algo também presente na temporada até aqui, Pedro não possui características para jogar na função em que entrou, Giroud e Barkley foram tentativas tardias e desesperadas, este último ainda perdeu um pênalti nos minutos finais.
Em um ano de reconstrução, em que não só os jogadores estão iniciando uma nova fase em suas vidas como o corpo técnico também, o tempo, a paciência e muito trabalho serão as soluções para o Chelsea prosperar, talvez não de forma imediata como muitos desejam, mas sim a longo prazo, cobranças devem ser feitas, porém, entendendo sempre o contexto atual em que estão inserido as peças, o treinador e o Clube.