A temporada 2011-2012 foi uma temporada muito peculiar na história do Chelsea.
Iniciando com André Villas-Boas, tido como o “novo José Mourinho” no comando da equipe, a temporada caminhava para rumos completamente diferentes.
Apesar de ter se classificado em primeiro lugar no Grupo E da UEFA Champions League com 11 pontos conquistados, em um grupo com Bayer Leverkusen (ALE), Genk (BEL) e Valência (ESP), a temporada dos Blues era de muitos altos e baixos e a pressão sob Villas-Boas era cada vez maior.
O sorteio da fase oitavas de finais colocou a equipe do Napoli como adversário do Chelsea na fase mata mata da competião.
No primeiro confronto entre as equipes, no estádio San Paolo, o Chelsea até saiu à frente do placar com um gol de Juan Mata aos 27 minutos, mas Lavezzi (2x) e Edinson Cavani marcaram e garantiram a vitória dos italianos.
Com resultados negativos também na Premier League, André Villas-Boas foi demitido pelo clube e Roberto Di Matteo, até então seu assistente técnico assumiu o cargo e a partir daí a história foi outra.
Escalações: CHELSEA: Cech; Ivanovic, Cahill, David Luiz, Bosingwa; Ramires, Meireles, Malouda; Sturridge, Mata (Gol 27min); Drogba; Subs: Turnbull, Cole, Essien, Lampard, Torres, Mikel, Kalou.
NAPOLI: De Sanctis; Campagnaro, Cannavaro, Aronica; Maggio, Inler, Gargano, Zuniga; Hamsik, Lavezzi (Gol 39min e 65min); Cavani (Gol 47min); Subs: Rosati, Grava, Dossena, Dzemaili, Fernández, Pandev, Britos.
Precisando reverter a desvantagem em casa contra o Napoli, o Chelsea de Roberto Di Matteo abriu vantagem de dois gols com Didier Drogba aos 29 minutos e John Terry aos 47, mas Inler aos 55 diminuiu o placar aos 55 minutos, obrigando o Chelsea a marcar dois gols para se classificar sem precisar das penalidades e foi isso que aconteceu.
Aos 75 minutos de pênalti Frank Lampard anotou o terceiro gol do Chelsea, deixando o placar agregado empatado e aos 105 minutos, após boa jogada de Ramires pela direita, Branislav Ivanovic recebeu na área e marcou o gol da classificação.
Escalações: CHELSEA: Cech; Ivanovic (Gol 105min), David Luiz, Terry (Gol 47min), Ashley Cole; Lampard (Gol 75min), Essien, Ramires, Mata, Sturridge; Drogba (Gol 29min); Subs: Turnbull, Torres, Mikel, Malouda, Bosingwa, Kalou, Cahill.
NAPOLI: De Sanctis; Campagnaro, Cannavaro, Aronica; Maggio, Inler (Gol 55min), Gargano, Zuniga; Hamsik, Lavezzi; Cavani; Subs: Rosati, Dossena, Vargas, Dzemaili, Fernández, Pandev, Britos.
Classificados para a fase quartas-de-finais, o Chelsea teria a equipe portuguesa do Benfica pela frente, com o primeiro jogo sendo realizado no Estádio da Luz, em Portugal e um gol de Salomon Kalou aos 75 minutos deu a vantagem no confronto.
Escalações: CHELSEA: Cech; Ferreira, David Luiz, Terry, Cole; Ramires, Meireles, Mata, Mikel; Kalou (Gol 75min), Torres; Subs: Turnbull, Essien, Lampard, Drogba, Bosingwa, Sturridge, Cahill;
BENFICA: Artur; Maxi Pereira, Luisão, Jardel, Emerson; Javi Garcia, Bruno César, Aimar; Witsel, Gaitán, Cardozo; Subs: Eduardo, Nolito, Nélson Oliveira, Rodrigo, Matic, Miguel Vítor, Saviola.
Na partida de volta em Stamford Bridge, Frank Lampard abriu o placar aos 21 minutos em Stamford Bridge.
Na etapa final, Javi García empatou a partida aos 85, dando novo ânimo aos portugueses, mas nos acréscimos Raul Meireles garantiu a vitória e classificação do Chelsea para as semi-finais.
Escalações: CHELSEA: Cech; Ivanovic, David Luiz, Terry, Cole; Ramires, Mikel, Lampard (Gol 21min), Kalou, Mata; Torres; Subs: Turnbull, Essien, Drogba, Meireles (Gol 92min),Ferreira, Sturridge, Cahill;
BENFICA: Artur; Maxi Pereira, Luisão, Jardel, Emerson; Javi Garcia (Gol 85min), Bruno César, Aimar; Witsel, Gaitán, Cardozo; Subs: Eduardo, Nolito, Nélson Oliveira, Rodrigo, Matic, Miguel Vítor, Saviola.
Quis do destino que o FC Barcelona fosse o adversário nas semi-finais, reeditando o confronto realizado na temporada 2008/09 quando o Chelsea saiu eliminado em um confronto pra lá de contestado.
A primeira partida entre as equipes aconteceu em Stamford Bridge e mesmo com toda a pressão da equipe de Pep Guardiola, os Blues saíram na frente aos 47 minutos após Ramires servir Didier Drogba dentro da área.
No segundo tempo mais pressão da equipe espanhola, mas o Chelsea conseguiu garantir a vitória em casa pelo placar mínimo.
Escalações: CHELSEA: Cech; Ivanovic, Cahill, Terry, Cole; Lampard, Mikel, Meireles; Mata, Ramires, Drogba (Gol 47min); Subs: Turnbull, Essien, Torres, Malouda, Bosingwa, Sturridge, Kalou;
BARCELONA: Valdés, Dani Alves, Puyol, Mascherano, Adriano; Busquets, Xavi, Iniesta; Messi, Fàbregas, Sanchez; Subs: Pinto, Piqué, Thiago Alcántara, Keita, Pedro Rodrigues, Bartra, Cuenca.
No dia 24 de abril de 2012 o Chelsea visitou o Camp Nou pelo segundo confronto da fase semi-final da UEFA Champions League e o cenário de vantagem logo desapareceu.
Aos 35 minutos Sérgio Busquets abriu o placar para os donos da casa, deixando o confronto igual. Para piorar a situação, dois minutos depois o capitão John Terry foi expulso após acertar o chileno Alexis Sanches com seu joelho, deixando o Chelsea com um jogador a menos em campo.
Se tudo parecia estar indo por água abaixo, aos 43 minutos saiu o segundo gol da equipe catalã com Andres Iniesta.
Porém dois minutos depois, Frank Lampard descolou um passe genial para Ramires, com toda frieza do mundo encobrir o goleiro Victor Valdés e diminuir o placar para 2-1 e colocar o Chelsea novamente em vantagem no confronto.
Na segunda etapa a pressão feita pelos donos da casa foi ainda maior. Lionel Messi até teve a chance de marcar em uma penalidade, mas parou no travessão.
A enorme pressão dos catalães seguiu durante toda a segunda etapa, com direito a bola no travessão e tudo, mas nos acréscimos, após bola afastada pela defesa, El Niño Torres, livre, arrancou em direção ao campo de ataque, driblou Victor Valdés e marcou o gol de empate que garantiu o Chelsea na grande final da UEFA Champions League de 2012.
Escalações: CHELSEA: Cech; Ivanovic, Cahill, Terry, Cole; Mikel, Meireles; Mata, Lampard, Ramires (Gol 46min); Drogba; Subs: Turnbull, Essien, Torres, Malouda, Bosingwa, Sturridge, Kalou;
BARCELONA: Valdés, Puyol, Piqué, Mascherano; Busquets (Gol 35min), Xavi, Iniesta (Gol 43min); Cuenca, Messi, Fàbregas; Sanchez; Subs: Pinto, Dani Alves, Thiago Alcántara, Keita, Pedro Rodrigues, Adriano, Tello.
Após a partida o treinador Roberto Di Matteo falou sobre a atitude da equipe contra o favorito Barcelona.
É um feito incrível feito por este grupo de jogadores. Muitas pessoas nos menosprezaram, mas os jogadores mostraram o seu carácter. Não esperávamos jogar com dez, por isso foi ainda mais difícil do que o esperado. O Barcelona é uma grande equipe, com jogadores fantásticos, mas mostramos do que somos feitos. Tivemos uma temporada difícil, mas parece que conseguimos algo de especial sempre que necessário. Creio que faz parte do DNA destes jogadores.
Tratado como o grande azarão da temporada da UEFA Champions League naquele ano, o Chelsea teria pela frente o FC Bayern Munich (que eliminou o Real Madrid na semi-final) em seu próprio estádio.
Repleto de desfalques (Ramires, John Terry e Raul Meireles), o Chelsea foi a campo com uma escalação um tanto diferente, já que Roberto Di Matteo decidiu escalar o jovem Ryan Bertrand entre os titulares para fazer sua estreia na competição na grande final.
Como esperado, o Bayern começou tendo grande passe de bola, enquanto o Chelsea tentava encaixar contra ataques para marcar.
Embora não criasse chances claras de gol, o Chelsea sofria de certa forma com o ataque do Bayern.
Os bávaros quase abriram o placar com Arjen Robben, que invadiu a área, chutou rasteiro, Cech defendeu com os pés e a bola ainda beijou a trave.
A primeira grande chegada do Chelsea ao campo de ataque surgiu quando Didier Drogba recebeu lançamento, escorou pra Frank Lampard que encontrou Kalou livre na direita mas a finalização parou em uma segura defesa de Manuel Neuer.
As chances para a equipe do Bayern iam surgindo com o decorrer da partida e a pressão só aumentava, enquanto o Chelsea se segurava como podia no campo de defesa, mas aos poucos os Blues conseguiram incomodar o Bayern, criando chances reais com Didier Drogba.
E de um cruzamento da esquerda feito por Ribéry para a segunda trave saiu o gol que ia dando o título ao Bayern de Munique, após cabeceio fulminante de Thomas Muller.
Porém minutos depois um dos grandes heróis da conquista iria aparecer pra deixar o Chelsea vivo no confronto: Após cobrança de escanteio de Juan Mata, Didier Drogba se livrou da marcação, cabeceou forte e sem chances de defesa pra Manuel Neuer deixou tudo igual na Allianz Arena.
Com o placar em 1-1 no tempo normal, a partida foi para a prorrogação e logo no início Frank Ribery recebeu a bola na entrada esquerda da área, foi derrubado por Didier Drogba e o árbitro marcou a penalidade.
Novamente, o Chelsea poderia ficar atrás do placar e com menos de 30 minutos para buscar o empate, mas havia um outro herói naquela noite: Petr Cech.
Com a cobrança autorizada, Arjen Robben mateu firme e Petr Cech fez a defesa e manteve o placar igual na Allianz Arena.
No decorrer da prorrogação o Bayern seguiu criando algumas oportunidades de voltar a estar à frente do placar, mas o Chelsea se segurou e levou para as penalidades.
Nas penalidades, Philipp Lahm fez a primeira cobrança e, embora Petr Cech tenha encostado na bola, não conseguiu salvar.
Na primeira cobrança do Chelsea, Juan Mata foi pra bola, bateu mal para a defesa de Manuel Neuer, deixando o Chelsea mais uma vez em uma situação adversa e atrás do placar.
Na segunda cobrança dos bávaros, Mario Gomez bateu rasteiro no canto direito e deixou a equipe com uma vantagem de dois gols, enquanto David Luiz bateu firme e forte sem dar chances de defesa ao goleiro do Bayern.
Na terceira cobrança do Bayern, o goleiro Neuer bateu rasteiro canto esquerdo e abriu novamente dois gols de vantagem nas penalidades. Frank Lampard foi pra terceira cobrança do Chelsea e como de costume não desperdiçou.
Eis que Petr Cech começou a aparecer novamente em Munich. Em cobrança à meia altura de Ivica Olic, Petr Cech deu um tapa na bola e salvou sua primeira penalidade da noite.
Pra deixar tudo igual, Ashley Cole bateu firme no canto direito de Neuer e marcou o terceiro gol dos Blues.
Em sua última cobrança, o Bayern tinha a oportunidade de voltar à frente com Bastian Schweinsteiger, mas o alemão acertou o pé da trave direita e deu à Didier Drogba a chance de finalizar o duelo.
Era Didier Drogba x Manuel Neuer e a oportunidade de dar ao Chelsea o seu primeiro título da UEFA Champions League. O marfinense ajeitou a bola com cuidado, tomou pouca distância e bateu no canto esquerdo, vencendo Neuer e dando o título da UEFA Champions League 11-12 ao Chelsea por 3-4 nas penalidades.
Esta foi a maior conquista européia da história do Chelsea e uma das maiores histórias do futebol mundial, onde o Chelsea lutou contra tudo e contra todos e se tornando a primeira e única equipe de Londres a conquistar a maior competição de futebol do velho continente.