Em partida válida pelas quartas-de-finais da FA Cup, o Chelsea enfrentou o Leicester no King Power Stadium e saiu com a classificação. Barkley, que entrou no intervalo, foi o autor do gol. Desde a volta após a paralisação, a equipe está com 100% de aproveitamento nos três jogos oficiais.
O JOGO
Agora com a pausa técnica na metade dos tempos, podemos até dizer que os jogos se subdividiram em quatro etapas. Uma conversa entre treinador e jogadores tem sim o poder de transformar posicionamento e atuação de uma equipe dentro das quatro linhas. Então, na parte um do primeiro tempo, vimos um Leicester com o controle da partida e um Chelsea completamente perdido em seu setor de criação.
Gilmour e Mount foram fatores chave para essa situação. O primeiro, um garoto de 19 anos proveniente da base que vem sendo utilizado em alguns jogos e merece paciência. Mas se tratando de análise de atuação, errou bastante, principalmente quando se deslocava para o primeiro terço do campo para ajudar na saída de bola. Errou diversas vezes o passe quando tentava centralizar o jogo, provocando alguns contra-ataques. Mount, basicamente não apareceu para o jogo e passou quase que despercebido.
Mesmo com o domínio, o Leicester não conseguiu criar lances de perigo. A exceção para uma finalização de Tielemans – em bola recuperada após erro de passe de Gilmour – na entrada da área para defesa de Caballero. Após a parada técnica, Lampard buscou algumas variações no posicionamento. Com muita dificuldade no setor de meio, Willian passou a sair mais da direita e centralizar mais seu jogo, com Pulisic fazendo essa mesma movimentação, buscando superioridade no setor para êxito na criação de jogadas. Além disso, Mount também passou a descer o campo e ajudar na saída de bola, que foi o maior problema dos Blues durante todo a primeira etapa, com uma marcação alta constante dos Foxes.
Dos 25 minutos em diante, o jogo deu uma melhorada, mas ainda não provando seu potencial. Aos 30′, Mount achou Pulisic em passe enfiado dentro da área, o americano cortou e finalizou forte para linda defesa de Schmeichel. No minuto seguinte, foi a vez do Leicester chegar com Barnes, que finalizou para fora. Esses foram os lances mais relevantes do primeiro tempo.
Para a segunda etapa, Lampard mudou tudo que achou estar errado. Saíram James, Mount e Gilmour, entraram Azpilicueta, Barkley e Kovacic. O jogo mudou a partir daí. O Chelsea passou a ter o controle do meio-campo, com mais consistência defensiva e qualidade na saída. Além disso, Pulisic passou a flutuar entre o meio e a ponta esquerda, sendo peça de desequilíbrio no duelo.
E essa movimentação começou a incomodar a defesa do Leicester. Logo aos 7 minutos Pulisic passou para Abraham que devolveu para finalização do americano e defesa de Schmeichel. O lance foi anulado por impedimento do camisa 9 inglês. Três minutos depois, Pulisic novamente achou Abraham, que dessa vez finalizou de canhota para o fundo das redes, contudo novo impedimento foi marcado.
Com o claro domínio dos Blues na partida, o gol parecia questão de tempo. O time tinha o controle das ações e presença no campo de ataque. Aos 18′, Willian tabelou com Azpilicueta e cruzou par Barkley, que atacou o espaço e finalizou de primeira. Leicester 0 x 1 Chelsea.
Mesmo abrindo o placar, o Chelsea seguiu controlando o jogo, ainda que nesse intervalo de tempo tendo menor posse de bola. O Leicester era inofensivo no campo de ataque e os Blues viam o contra-ataque como a arma ideal para ampliar o placar. Os mandantes se jogaram ao ataque nos 10 minutos finais, tentando ensaiar uma pressão. A única chance real de empate veio num cruzamento em que Caballero saiu mal, mas Söyüncü não aproveitou a chance de cabeça. A oportunidade real de gol nos minutos finais veio com um contra-ataque do Chelsea, num quatro contra dois, mas Barkley deu o passe atrás de Loftus-Cheek, – ao invés de uma bola enfiada – que devolveu para ele e mesmo com a opção de Pedro aberto na direita sozinho, preferiu a finalização para defesa de Schmeichel. A partida terminou mesmo com o placar mínimo a favor dos Blues.
ANÁLISE GERAL
Alguns pontos táticos e individuais importantes:
- Gilmour errou bastante e aliado a pouca aparição de Mount, fragilizaram o meio-campo do Chelsea durante o primeiro tempo, com pouca compactação, ocasionando buracos entre meio e defesa, meio e ataque;
- Barkley deu uma maior consistência ofensiva ao time, mas errou dois passes para Loftus-Cheek em jogadas de transição que permitiriam “matar o jogo”. Falta uma maior regularidade do inglês dentro das partidas;
- Abraham ficou bastante isolado no primeiro tempo por conta do distanciamento com a segunda linha, no que é isento de culpa. Foi mais participativo quando o time se compactou, e fez bem o pivô no meio que Lampard gosta bastante, abrindo espaços para pontas e meias infiltrarem;
- Kanté precisa de alguém junto a ele, e a entrada de Kovacic fez muito bem ao francês. Sem um jogador que se aproxime, ele é obrigado a dar passes longos com mais frequência, o que não é o seu forte;
- Por fim, ver Pulisic flutuando no meio-campo foi muito interessante. Participou bem no setor e provou ser uma variação na movimentação que deve ser mais vista daqui em diante.
O Chelsea agora entra em campo na próxima quarta-feira (01) pela Premier League. O adversário é o West Ham (17º), que ainda não venceu após a paralisação. A partida acontecerá no Estádio Olímpico de Londres, às 16:15h (horário de Brasília).