Em dérbi londrino, Willian marca duas vezes mas não impede derrota do Chelsea

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Em partida bastante movimentada, o Chelsea foi batido pelo West Ham no London Stadium por 3 a 2. Willian marcou duas vezes em cobranças de pênalti e falta, respectivamente. Contudo, Soucek, Antônio e Yarmolenko deram a vitória aos Hammers.

O JOGO

Os primeiros dez minutos da partida registraram 78% de posse de bola para um Chelsea que controlava a partida em todos os setores. O West Ham por sua vez reconhecia esse domínio e se posicionava reativamente, abrindo mão de uma marcação alta que fez o Chelsea sofrer em jogos anteriores no setor de iniciação.

Curiosamente, o primeiro lance de perigo foi a favor dos Hammers. Christensen tentou um lançamento que foi interceptado, a bola sobrou para Antônio, que passou entre Rüdiger e Alonso, mas finalizou cruzado para fora. O Chelsea seguia controlando os espaços e variando bem seu sistema ofensivo (detalhamento na Análise Geral). Willian variava seu posicionamento, de acordo com a chegada de Azpilicueta. Numa dessas, o lateral espanhol chegou bem pela direita e cruzou rasteiro, Abraham fez o corta-luz e Pulisic finalizou com muito perigo.

Com um West Ham bem fechado, o Chelsea trabalhava a bola mas não conseguia criar oportunidades de gol. Enquanto isso, os mandantes se resumiam a apostar na bola parada e nos contra-ataques lançando Antônio para disputar bola com os dois zagueiros dos Blues. E foi num escanteio que por centímetros eles não abriram o placar. Em jogada ensaiada, fazendo o “trenzinho” com três gigantes, Soucek se movimentou para o segundo pau e empurrou a bola para dentro das redes. O VAR ademorou, mas assinalou o impedimento de Antônio, que estava no chão na hora da finalização.

Três minutos depois, anti-clímax para os Hammers. Pulisic recebeu bola dentro da área, driblou e foi derrubado. Pênalti marcado por Martin Atkinson. Willian cobrou tirando o goleiro da foto. West Ham 0 x 1 Chelsea.

Os mandantes que pouco criavam, mesmo sofrendo o gol, não conseguiram tomar o controle da partida em busca do empate, até que conseguiram mais um escanteio. Com a mesma jogada ensaiada, Azpilicueta mais uma vez foi vencido por Soucek – dessa vez por cima – e o zagueiro cabeceou para o fundo do gol. West Ham 1 x 1 Chelsea.

O gol nos acréscimos deixou um gosto amargo para os Blues. Todo o domínio da primeira etapa não foi capitalizado com uma vitória ao intervalo. E piorou. Logo aos 50′, A defesa do Chelsea mais uma vez mostrou sua fragilidade. Boewn recebeu na direita e cruzou rasteiro para Antônio só empurrar para as redes. Virada. West Ham 2 x 1 Chelsea. Detalhe para a falha no posicionamento de Christensen, que perdeu a referência do centroavante que apareceu nas suas costas para marcar o gol.

Como resposta, Lampard trocou Kovacic por Mount, invertendo o triângulo formado pelos meias, passando Kanté a jogar isolado na primeira linha de meio, com Mason e Barkley à frente. A patir daí, o Chelsea partiu para um jogo mais franco em busca do empate e passou a dar espaços para os contra-ataques. Logo aos 57′ veio o primeiro. Lanzini recebeu livre na entrada da área, mas finalizou muito mal. Os Blues não conseguiam incomodar ofensivamente, e Lampard mexeu novamente tirando Barkley e Abraham, para entrada de Loftus-Cheek e Giroud.

A equipe passou a pressionar, principalmente com jogadas cruzadas. Faltava aquela triangulação pelo meio que permitisse alguém ter uma oportunidade mais clara, ou aquele passe que rompesse as linhas dos mandantes. Até que Pulisic girou em cima da marcação e acelerou para área, sofrendo falta forte de Rice. Willian foi para a bola e acertou um belíssimo chute. A bola ainda tocou a trave, mas entrou. West Ham 2 x 2 Chelsea.

No lance seguinte, novamente Pulisic em velocidade cortou para o meio e finalizou rasteiro com muito perigo. O Chelsea não mudou sua postura em campo após o empate. Seguiu com preenchimento no campo ofensivo, e apenas Rüdiger e Christensen na contenção.

Os últimos 15 minutos foram movimentados. Estava claro que o gol poderia sair para qualquer um dos lados, com um Chelsea muito aberto e um West Ham esperando pela chance. Em contra-ataque, por pouco Antônio não marcou o terceiro, mas na dividida com Kepa a bola saiu. Minutos depois, Alonso cruzou e Giroud passou direto da bola, perdendo excelente oportunidade de virar o jogo e colocar os Blues na 3ª colocação. Em sobra de bola, Rice despachou a bola da defesa, a bola sobrou para Antônio que fez o pivô, atacou o espaço, recebeu e mandou uma enfiada para Yarmolenko, que só limpou Rüdiger e pôs números finais ao jogo. Gol dos Hammers. West Ham 3 x 2 Chelsea. Destaque novamente para a falha de Christensen, que em um “três contra dois”, marcou unicamente a bola e deu todo o espaço para movimentação de Antônio.

ANÁLISE GERAL

Alguns pontos individuais e táticos referentes a atuação do Chelsea:

  • Péssima partida de Christensen. Sem dúvidas, o pior em campo. Errou no primeiro tempo num lançamento baixo cruzando o meio que quase se transformou em gol. E mais, errou no segundo e terceiro gol do West Ham, ambos, perdendo o duelo para Antônio. Em um, perda de referência fechando apenas na bola. No outro, marcação equivocada atacando a bola e não cobrindo o espaço, permitindo o dois contra um e se tornando peça batida após movimentação errada;
  • Azpilicueta foi batido nos por Soucek nos dois escanteios que os Hammers tiveram no primeiro tempo. Um por baixo, outro por cima. No gol de empate, até estava bem posicionado, mas sua altura foi fator de desvantagem no duelo;
  • Abraham com mais um jogo abaixo do esperado. Mesmo com todo o controle do Chelsea no primeiro tempo, foi pouco participativo. Sempre anotando pelo menos um impedimento por jogo;
  • Pulisic e Willian seguem em ótima fase depois da paralisação. Interessante observar, principalmente no primeiro tempo – quando o time teve mais consciência ofensiva – a movimentação e variação sistemática do ataque no jogo de hoje. Pulisic jogou como um segundo atacante, flutuando por trás de Abraham, enquanto Alonso ofensivamente foi o ponta esquerda do time. Willian, variava de acordo com a chegada de Azpilicueta. Quando o lateral não subia, o camisa 10 abria como ponta. Quando Azpilicueta chegava com amplitude pela lateral, Willian fazia um papel de meia, usando a aproximação com Pulisic para triangulação e criação de jogadas;
  • Fica um questionamento: pensando na próxima temporada, sabendo que Willian consegue flutuar bem entre as 3 posições por trás do centroavante, caberia um quarteto formado por Pulisic, Willian, Ziyech e Werner? Eu acredito que sim. E todos eles são híbridos.

Com a derrota, o Chelsea perdeu a oportunidade de ultrapassar o terceiro colocado Leicester na classificação da Premier League, e ainda colocou mais fogo na briga pelas duas vagas da Champions. O próximo jogo dos Blues é no sábado (04/07), contra o Watford (17º) que ainda não venceu depois da paralisação. A partida será em Stamford Bridge, às 16h (horário de Brasília).

Ryed Lima
Ryed Limahttps://www.chelseafcbrasil.com
26 anos, estudante de Administração, comentarista esportivo e redator. Apaixonado por futebol, NFL e NBA. Conheci o Chelsea através do FIFA 99, na fase do "esquadrão imortal". Meu primeiro ídolo foi Gianfranco Zola, e no videogame, amava fazer dupla com ele e Casiraghi. Certamente me marcou. Pernambucano com muito orgulho e torcedor do Sport Club do Recife. "1905, o maior ano".

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