Frank Lampard é o arquiteto do projeto à longo prazo do Chelsea e o clube está empenhado em voltar ao topo do futebol inglês

As chegadas de Hakim Ziyech e Timo Werner mostraram que o clube está muito comprometido com o projeto atual que tem Frank Lampard como arquiteto.

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Depois do surpreendente título da Premier League na temporada 2016/17 sob o comando de Antônio Conte, ficou muito claro que diretoria e treinador tinham visões totalmente diferentes. Enquanto Conte exigia grandes reforços, a diretoria do clube preferiu apostar em contratações mais “baratas” para dar opções ao treinador, tendo em vista repetir uma temporada bem sucedida. Nessa leva o clube acertou as contratações de Daniel Drinkwater, Davide Zappacosta, além dos “promissores e caros” Álvaro Morata e Tiemoué Bakayoko. Não foram jogadores baratos na época, mas de longe não eram jogadores que Antônio Conte desejava ter em seu elenco.

Antônio Conte comandou o Chelsea por duas temporadas com conquista de títulos (Foto: Chelsea FC / Divulgação)

Embora a primeira metade da temporada 17/18 tenha sido bastante regular, a equipe de Conte sofreu à partir de janeiro, tanto por falta de peças de qualidade quanto por um evidente desentendimento entre jogadores, treinador e diretoria.

Desde o verão, o clube que decidiu sobre cada jogador. Houveram situações diferentes. Às vezes eu tenho impacto sobre as contratações e às vezes não. Certamente não tenho muita força no mercado de transferências.

Antônio Conte revelando que não tinha voz para decidir as contratações do Chelsea.

Todos estes fatores resultaram para que a equipe terminasse a temporada fora do TOP 4 da Premier League, ocupando a quinta colocação, 30 pontos atrás do campeão. Embora a equipe tenha conseguido conquistar o título da FA Cup ao bater o Manchester United na final pelo placar de 1-0, a distância de qualidade para os primeiros colocados da Premier League se tornou evidente.

SARRIBALL: UM INÍCIO ANIMADOR MAS UMA TEMPORADA SEM EVOLUÇÃO

A temporada 2018/19 também teve um início bastante confuso, começando pela dúvida em relação ao treinador, que se estendeu até o início dos treinamentos da pré-temporada, marcando a demissão de Antônio Conte e a nomeação do também italiano Maurizio Sarri como novo comandante da equipe. Com o imbróglio do treinador resolvido, a diretoria se deparou com um novo problema: a posição de goleiro. Após forçar uma transferência, sai Thibaut Courtois e chega o desconhecido porém promissor Kepa Arrizabalaga pelo valor recorde de € 80 milhões e um contrato de 7 anos.

Maurizio Sarri foi anunciado em julho de 2018 como treinador do Chelsea (Foto: Chelsea FC / Divulgação)

A pedido de Sarri a diretoria também trabalhou em alguns reforços como Jorginho e Mateo Kovacic para o início da campanha, mas era evidente, principalmente pelas entrevistas de Sarri que havia uma distância de entendimento entre diretoria e treinador e um projeto “confuso”.

EU NÃO SEI. EU DISSE ANTES QUE EU NÃO ESTOU NO COMANDO DO MERCADO (DE TRANSFERÊNCIAS), ENTÃO PARA MIM É MUITO DIFÍCIL FALAR SOBRE O MERCADO OU SOBRE O NEGÓCIO DE PULISIC. A DIRETORIA SABE MUITO BEM A MINHA OPINIÃO.

Maurizio Sarri ao ser perguntado em entrevista coletiva sobre a contratação de Christian Pulisic, deixando claro que ele não participou da negociação.

O início de temporada com Sarri foi bastante animador e a equipe brigou nas primeiras colocações da tabela de classificação, mas novamente, a equipe se arrastou na segunda metade da temporada, sendo muitas vezes carregada pela genialidade de Eden Hazard. Nem mesmo a contratação pedida de Sarri com Gonzalo Higuaín ajudaram a solucionar os problemas ofensivos da equipe naquele momento. Na Premier League o terceiro lugar na classificação foi assegurado, mas muito graças à tropeços e mais tropeços de Arsenal, Manchester United e Tottenham nas rodadas finais.

LEIA MAIS: O que Hakim Ziyech e Timo Werner podem oferecer ao Chelsea?

O RETORNO DA LENDA E A MUDANÇA DE MENTALIDADE DA DIRETORIA

Terminada a temporada, Eden Hazard, melhor jogador do clube nos últimos anos foi negociado com o Real Madrid e em acordo com a diretoria Marizio Sarri decide deixar o clube, e em meio a uma proibição de registro de novos jogadores surge o nome de Frank Lampard para arquitetar um novo projeto para o clube, apoiado por Petr Cech como diretor técnico.

Frank Lampard assina contrato para ser o treinador do Chelsea em 4 de julho de 2019 (Foto: Chelsea FC / Divulgação)

A diferença na visão da diretoria com a chegada de Lampard era clara: ele receberia todo o apoio para desenvolver um projeto à longo prazo para colocar novamente a equipe no topo do futebol inglês, mesmo que em um primeiro momento isso resultasse em terminar a temporada na parte de baixo da tabela.

Sem poder gastar com reforços após um início de 2019 melancólico e sem Eden Hazard, Lampard foi ousado. Apostou em jovens jogadores da base com pouca ou nenhuma experiência na elite do futebol inglês, com Tammy Abraham, Mason Mount, Fikayo Tomori, Reece James & cia iniciando uma nova era no clube.

O início de temporada não foi dos mais fáceis. Derrota por 4-0 na estreia da Premier League, derrota na final da Super Copa da UEFA e apenas duas vitórias nas seis primeiras rodadas. Mas o suporte ao treinador sempre esteve lá, e com tranquilidade para desenvolver a equipe, Lampard emplacou uma sequência de seis vitórias seguidas, colocou o Chelsea no top 4 da Premier League e de lá não saiu mais.

Embora a temporada tenha sido bem sucedida devido à toda adversidade do início da campanha, a equipe apresentou alguns problemas muito claros, sendo o mais evidente o setor defensivo, mas o setor de criação e ataque também receberam a atenção da diretoria à pedido de Frank Lampard.

A IDEIA DOS DOIS JOGADORES QUE TROUXEMOS, É CLARO QUE ELES SÃO GRANDES TALENTOS, E VOCÊ TRAZ JOGADORES ASSIM PARA TENTAR MELHORAR O QUE VOCÊ TEM À SUA DISPOSIÇÃO. SABEMOS QUE PODEM HAVER JOGADORES Saindo NATURALMENTE, TERMINANDO CONTRATOS e É ALGO QUE EU FALEI MUITO ESTE ANO EM CERTOS JOGOS EM QUE TIVEMOS MUITA BOLA, POSSE E CHANCES CRIADAS EM ALTO NÍVEL E TALVEZ NÃO TENHAMOS FEITO ISSO.

ENTÃO ESPERO QUE ESSAS DUAS CONTRATAÇÕES [Ziyech e Werner] VÃO NOS ADICIONAR NESSE CASO. E DEPOIS DISSO, O QUE VEM NO VERÃO, O QUE VEM DEPOIS DOS PRÓXIMOS GRANDES JOGOS PARA NÓS.

Frank Lampard falando sobre as ambições no mercado e as chegadas de Werner e Ziyech

Lampard e Cech foram os principais responsáveis pelas duas grandes contratações da equipe: Timo Werner e Hakim Ziyech e são os dois responsáveis pelas possíveis chegadas de Kai Havertz e Ben Chilwell ao clube, e mesmo sendo jogadores com valores bem elevados, a diretoria se mostrou totalmente comprometida com o projeto liderado pela dupla de lendas do clube.

Timo Werner acompanha a partida do Chelsea na Premier League após assinar contrato com o clube (Foto: Chelsea FC / Divulgação)

Foram € 93 milhões gastos em dois jogadores que elevam a qualidade da equipe e não houve medo ou dúvidas da diretoria quanto à essas contratações e não há sobre novas contratações. Para isso Marina Granovskaia trabalha duro para grandes acordos pelas contratações de Kai Havertz, Ben Chilwell e Thiago Silva, que podem juntas totalizar mais € 140 milhões gastos na janela de transferências.

Não há dúvidas de que Frank Lampard elevou o nível da equipe na última temporada, mas também ajudou a elevar as ambições do clube na janela de transferências e a dar um norte na busca pelo topo do futebol inglês nos próximos anos.

A diretoria tem em mente que a equipe ainda está em processo de construção sob as mãos de Lampard e se mostra cada vez mais empenhada e confiante no projeto à longo prazo comandada por uma lenda do clube.

Ivan Nolasco Junior
Ivan Nolasco Junior
Torcedor fanático pelo Chelsea Football Club, fundador, diretor geral e redator do Chelsea Fans Brasil.

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