Lá e de volta outra vez: A temporada 2019/20

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Tal qual a obra máxima do autor J. R. R. Tolkien, “O Senhor dos Anéis”, em seu último livro, “O Retorno do Rei”, a temporada 2019/20 do Chelsea se encerra de forma bastante… agridoce.

Se por um lado as derrotas para o Arsenal, de virada e na final da FA Cup, e para o Bayern, pelas oitavas da Liga dos Campeões, deixaram um gosto amargo na boca do torcedor, a quarta colocação na Premier League, os novos reforços ora anunciados e a expectativa de um elenco mais encorpado para a próxima temporada foram ingredientes que tornaram o sabor bem mais tragável.

Por conta desse misto de sensações e emoções das mais variadas, decidimos fazer uma síntese daquilo que de mais interessa da temporada que se encerrou, com seus pontos positivos e negativos, e apresentar uma deixa para a nova aventura que nos aguarda.

Um Começo Conturbado

O Chelsea iniciou a temporada 2019/20 com baixas expectativas. A punição da FIFA por duas janelas sem realizar contratações e as subsequentes saídas de Eden Hazard, nosso camisa dez e a referência do time, e do treinador Maurizio Sarri tornaram o ambiente londrino bastante instável.

Ao trazer Frank Lampard, a diretoria assumia um fato e uma responsabilidade: poucos (pra não dizer ninguém) treinadores queriam assumir a equipe nessas condições e independentemente do resultado alcançado ao final da temporada, Lampard, o maior ídolo da história do clube dentro dos gramados, precisaria de tempo.

Sobre a Temporada

Com um elenco formado apenas por jogadores contratados pelos treinadores passados (Mourinho, Conte e Sarri), seus únicos reforços foram jogadores retornando de empréstimo (a maioria jovens da base). Essa equipe, mesmo treinada por ele, não tinha ainda 1% da cara e do DNA do Frank Lampard.

Começando com um tropeço terrível, um 4×0 de se esquecer contra o Manchester United, e jogos ainda complicados, o Chelsea começou a temporada cambaleante, com vitórias, empates e derrotas. Ainda não havia conseguido encontrar um rumo certo e a desconfiança rondava os vestiários do Stamford Bridge.

Porém, aos poucos, as coisas começaram a fluir. Ao dar confiança a jovens jogadores, como Mason Mount e Tammy Abraham, pratas da casa, o treinador os descobriu como a solução caseira para esse momento. Outros acabaram tendo suas chances também, como Reece James e Fikayo Tomori, além do jovem Billy Gilmour, lançado exclusivamente pelo Frankie ao longo da temporada.

Resultados e Estilo de Jogo

Mesmo tendo um começo instável, inclusive perdendo o título da Supercopa da Europa para o Liverpool, nos pênaltis, com o jovem Abraham desperdiçando a última cobrança, a equipe, aos poucos, ia apresentando características promissoras.

Com um estilo de jogo ofensivo e que valoriza a posse de bola, sendo essa bastante ofensiva, o time do Chelsea ia demonstrando uma boa intensidade, como, por diversas vezes, gostava o Lampard de organizar sua equipe para pressionar a saída de bola adversária, forçando um erro e levando ao gol. Mesmo sem Hazard, a organização tática do Lampard permitiu ao Chelsea encontrar o caminho das vitórias com um bom número de gols na temporada. Foram 102 gols marcados em todas as competições, uma média excelente para uma equipe que acabara de perder seu 10.

Em grandes confrontos, como contra Tottenham, Manchester City e Arsenal pela liga nacional; contra Manchester United, Leicester e Liverpool pela FA Cup; e contra Ajax e Lille pela UEFA Champions League, o Chelsea, do meio pra frente, mostrou seu verdadeiro poderio.

Apostando na confiança do jovem Mount como seu meia articulador, na velocidade e na decisão de Pulisic e na finalização de Abraham, os jovens blues ganharam destaque. Porém, os mais experientes também tiveram sua vez. Willian, com a responsabilidade da camisa 10, e em meio a inúmeras críticas e incertezas, fez uma última temporada decente. Giroud, um centroavante que parecia esquecido, pintou como solução em momentos de crise. E é claro, o grande destaque da temporada, Mateo Kovacic, que tornou-se outro jogador nas mãos do chefe, lembrando aquele meia da Inter, que prendia a bola, partia pro ataque fazendo a transição pelo meio, dando assistências e colaborando na defesa. Uma máquina em campo, temporada digna do melhor dela.

Porém, infelizmente, a equipe ficou bastante marcada por suas inconsistências defensivas e por alguns resultados vexatórios em momentos críticos, muito por conta dessa fragilidade. Foram 79 gols sofridos, sendo eles em virtude de inúmeros erros individuais e coletivos.

De fato, nossas peças defensivas viveram um momento terrível. Passando pela irregularidade do goleiro, pelas inúmeras formações de zaga sem padrão definido, até às laterais que, em diversos jogos, foram verdadeiras avenidas. As linhas altas do Lampard, somadas a lentidão da reação de praticamente todos os zagueiros e às laterais completamente inversas uma da outra (enquanto uma ataca muito e pouco defende, a outra é o oposto), deram a sensação de que nada funciona do meio pra trás.

Jogos contra o Sheffield, contra o Manchester United e contra o Liverpool, pela Premier League, e os jogos na fase de grupos e nas oitavas de final da Liga dos Campeões, mostraram que havia (e ainda há) um longo caminho a ser percorrido nesse setor. O que não pode ser resumido em apenas “os jogadores são ruins”, ou “não têm nível para o Chelsea”. É claro que existem, sim, níveis e qualidades técnicas a serem discutidas, porém, não são os únicos fatores. Em diversos momentos, a inexperiência do comando técnico falou mais alto (até gritou), e isso é normal, pois trata-se da primeira temporada do Lampard sob o comando de uma grande equipe em uma grande liga.

Conclusão

Foram semanas cheias. De surpresas, de novos reforços, de torcedores debatendo entre si quais serão as formações do Lampard, etc. É claro que a expectativa é proporcional ao nível dos reforços do elenco, porém, ainda é necessário medir nossa empolgação.

2019/20 foi uma temporada cheia de altos e baixos, de muitas e fortes emoções, com momentos empolgantes e momentos definitivamente difíceis. Mesmo assim, não devemos colocar uma pressão desnecessária sobre essa primeira temporada. Haviam contextos já mencionados que bastante dificultaram essa passagem.

A situação agora é outra. O terreno está preparado para a próxima aventura. A Sociedade do Lampard está se formando, após grandes movimentos da diretoria e o empenho dos diretores e do próprio comando técnico para verificar as necessidades e montar esse elenco.

Mesmo com as contratações já realizadas, é possível que novos membros unam-se a essa empreitada. Ainda especula-se a chegada de um novo goleiro, e, possivelmente, mais um zagueiro. Indo nos pontos certos, Marina Gravnoskaia, nossa diretora, com o auxílio e o direcionamento do boss e também de Petr Cech, vem fazendo um trabalho digno de muitos elogios.

Faltam poucos dias para o retorno da Premier League, com nosso jogo marcado para a segunda-feira, dia 14 de setembro, às 16h, contra o Brighton, e, para enfrentar os grandes adversários dessa Terra Média chamada “futebol inglês”, estamos cada dia mais preparados.

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