Diante do confronto com o Manchester United pela Premier League em partida adiantada da 37ª rodada, o treinador Thomas Tuchel conversou com a imprensa direto de Cobham nesta quarta-feira (27/04).
Os Blues buscam a vitória para deixar a vaga no top 4 encaminhada, bem como a manutenção da vantagem na terceira colocação, além da quebra de um grande tabu.
Thomas Tuchel primeiramente revelou diversas baixas importantes na equipe, bem como jogadores que seguem como dúvidas.
“Kova ainda estará fora, Ben Chilwell estará fora, e Callum [Hudson-Odoi] ainda estará fora. Toni Rudiger estava treinando ontem, o mesmo com Reece James e temos outro treinamento chegando, e espero que eles possam fazer o treinamento completo e nos dar a luz verde. Esperamos que eles possam jogar amanhã. O mesmo com Andreas, precisamos de outro exame porque ele se sentiu mal e voltará a treinar a partir de hoje. Ross Barkley também está doente e não estará na equipe.”
A temporada do Manchester United beira o desastre, com a equipe não conseguindo competir em alto nível em nenhuma competição e longe de briga por qualquer título. Thomas Tuchel falou sobre o rival e seu momento.
“Bem, nos últimos meses houve muita conversa sobre o Chelsea, então não estivemos tão envolvidos nas conversas sobre o Manchester United. Estou pessoalmente muito feliz em jogar contra o Manchester United em Old Trafford e para mim é um dos maiores palcos, um dos maiores estádios e um dos maiores clubes e locais para jogar. Chego com um clube forte, um time forte – essa é a melhor maneira de chegar como treinador.”
“Estou muito feliz por ter essa partida, e sempre será um grande jogo para mim, não importa em que posição e em que forma atual eles estejam. É por isso que nos preparamos da melhor maneira possível e não refletimos muito sobre a situação deles e o que está acontecendo dentro e ao redor do clube. Focamos nos últimos jogos deles, e não devemos nos confundir com a falta de pontos. Para mim, este time é cheio de qualidade, e precisamos tomar cuidado em campo.”
Thomas Tuchel também comentou sobre a sua proximidade com Ralf Rangnick, atual treinador do Manchester United até o final da temporada.
“Ele era meu treinador quando eu era jogador da terceira divisão. Ele nos contou algumas coisas hoje em dia que nunca tínhamos ouvido falar. Não precisamos seguir como zagueiros, não precisamos seguir nosso atacante quando ele for ao banheiro. Esse senso comum neste momento, que você iria apenas segui-lo por 90 minutos.”
“Ele nos disse que podemos defender em um uma linha de quatro e defender em espaços, e ele abriu nossos olhos e trouxe grande sucesso para o pequeno clube onde jogamos, e ele foi direto para a primeira divisão. Nesta corrida, eu me machuquei, e mais tarde, quando ele dirigiu o Stuttgart, ele abriu a porta para mim para a academia. Ele me deu a chance de fazer um estágio com o sub-17 e a partir daí, tentei ser o melhor possível e também, ele teve seu fantástico recorde na Alemanha para construir grandes clubes, para trazer clubes para o mais alto nível e construir clubes do zero. Esta é praticamente a história se eu quiser contar o mais curto possível.”
“É bom vê-lo sempre. É difícil jogar contra times como o dele e talvez tenhamos tempo para um bate-papo rápido, cinco minutos, mas o contato não é diário ou semanal.”
Antônio Rudiger está de saída do Chelsea ao final da temporada, tendo o Real Madrid como seu possível destino. Thomas Tuchel falou sobre a reação do restante do elenco com a informação da saída do zagueiro alemão.
“Eu não acho que ninguém gosta porque Toni [Rudiger] tem sido um grande fator aqui. Ele dá confiança a todos no vestiário, ele é um personagem único, ele é um líder agressivo, ele está disponível mais de 100% das partidas, como 90% das partidas que ele está simplesmente disponível, e ele joga em um nível excepcional e lhe dá confiança se você jogar ao seu lado ou ao seu redor.”
“Ele tira o foco dos outros, assume a responsabilidade e adora a responsabilidade. Eu não acho que ninguém gosta dessa decisão, mas no momento temos que aceitá-la, e vamos aceitá-la. Goste ou não, haverá vida no Chelsea depois de Toni. Para ele e para nós, é a coisa mais importante que termina como começou e como foi por um ano e meio, no mais alto nível possível. É aqui que o foco precisa estar.”
Chelsea e Manchester United já fizeram grandes finais de grandes competições, mas ambas as equipes nesta temporada não alcançaram seus maiores objetivos, principalmente quando se fala do lado vermelho.
“Adoraríamos estar [disputando um título contra eles], e acho que o Manchester United adoraria estar em uma decisão de título, mas infelizmente, há duas outras equipes em vermelho e azul que têm uma palavra a dizer e, ao longo dos últimos anos, fizeram seu ponto forte. Temos que aceitar e temos que tentar diminuir a diferença e o Man United também. Eles desempenharam um papel enorme na campanha do ano passado terminando em segundo lugar.”
“Para mim, o Man United é um dos maiores clubes, um clube muito famoso, um clube de muito sucesso. Estou muito grato, muito animado para jogar lá e chegar com uma equipe forte. Chegamos para vencer, chegamos para jogar pela vitória, e isso é uma grande sensação. Não estou preocupado com o Man United porque, em primeiro lugar, não é meu trabalho, e segundo, eles sempre vão se recuperar porque o clube é um clube enorme, e o time está cheio de talento individual. Eu não estou envolvido, temos o suficiente para fazer aqui.”
O Chelsea não vence o Manchester United em Old Trafford desde 2013 e Thomas Tuchel afirmou que sempre é um bom momento para vencer e que a equipe tem que estar preparada para quebrar o tabu na casa do rival.
“Sempre é um bom momento para a vitória, não importa se você ganhou a última partida ou as duas últimas contra o mesmo adversário. Uma vitória é sempre a próxima partida e só mostra que não é fácil e esse tipo de tabus existem no futebol. Contra alguns adversários, é mais difícil conseguir vitórias. Obviamente, o Manchester United é esse tipo de adversário para nós e com todo o respeito que temos pela história, ocasião e qualidade do Man U, tentamos vencer, e chegaremos para vencer. Nos preparamos para vencer esta partida e ver quais perguntas são feitas e o que o jogo exige, e como o momento muda ou não.”
“É praticamente isso. Não é tanto agora ou nunca porque eles estão lutando com resultados recentemente. Nos preparamos o tempo todo para ter a sensação agora ou nunca e tentamos nos preparar da melhor maneira possível e ganhar o jogo amanhã. Chelsea e Man United, como um fã de futebol e um grande fã da Premier League, é um grande jogo, e eu sempre assistia. Fazer parte disso seria bom.”
Reece James tem sofrido com lesões nos últimos meses, mas quando apto tem desempenhado papéis na ala e na linha defensiva de Thomas Tuchel. O treinador revelou que gostaria de ter dois Reece James em seu time, além de falar da melhor posição pro jogador.
“Adoraria ter dois Reece James para ter o problema [da melhor posição] resolvido! É 55% para ala, 45% para a linha de três. Depende de como o adversário joga contra nós, esperamos muita posse, como é a estrutura deles para a transição ofensiva. Pois isso às vezes pode ser útil para Reece jogar na linha de três e ser o primeiro cara a cobrir em transição e não estar envolvido no ataque. Então temos sua velocidade e fisicalidade, e proteção dos contra-ataques do oponente. Estes são os pensamentos.”
“Estou me inclinando mais para que sua melhor posição seja um ala, onde ele é talvez mais decisivo, mais útil. É mais exigente e seu próximo passo é ser um jogador regular com mais de 50, 55, 60 partidas. A partir daí temos que decidir, mas ambas as posições estão cheias de alta qualidade com ele.”
Thomas Tuchel elogiou Ruben Loftus-Cheek em semanas recentes, ressaltando as qualidades e caminhos que o jogador precisava tomar para ser um jogador mais regular. Ele forneceu atualizações sobre o jogador.
“É a mesma situação para ele, ele é influente e envolvido em metas ultimamente, o que é muito bom. Ele precisa se esforçar até o limite, o que é o desafio porque é muito físico e pode ser muito físico. Tive um jogo tímido contra o Arsenal, como todo mundo. Um primeiro tempo calmo contra o Crystal Palace e, de repente, intensificou-se no segundo tempo em dribles e fisicamente com recuperações de bola. De repente, a multidão estava lá, e o impulso estava lá. Isto é o que exigimos dele.”
“Em geral, ele é tímido e uma pessoa muito calma. Ele precisa descobrir este monstro nele e liberar isso regularmente porque é absolutamente necessário. Não basta estar apenas em campo. Pode se você considerar seus últimos anos, pode parecer um primeiro passo, bom que ele seja regular, mas eu não estou feliz porque isso não é suficiente. Não podemos deixá-lo pensar que é suficiente, ele precisa constantemente chegar ao limite.”
“Tentamos todos os dias e somos bem sucedidos dado o seu desenvolvimento. Ele precisa entender quanto potencial ele tem e liberar essa capacidade física diariamente. No treinamento, ele não pode se soltar. Ele precisa estar sob pressão e jogar todos os jogos como uma final de copa.”
