Frank James Lampard foi, sem dúvida, um dos maiores ídolos do Chelsea. Contratado como técnico em 04/07/2019 depois de ter feito uma excelente temporada pelo Derby County; para resolver os altos e baixos de Maurizio Sarri.
Quando técnico, eliminou, com o “pequeno” Derby County o Manchester United (de José Mourinho), na Copa da Inglaterra de 2019 (perdendo para o próprio Chelsea na rodada seguinte, por 3×2.
Pela Championship, classificou-se para os play-offs, passando pelo Leeds United (4×3 no agregado), e perdendo a final para o Aston Villa por 2×1.
Dentre seus jogadores estavam: Fikayo Tomori, Ashley Cole e Mason Mount.
Quando assumiu havia um problema. O Chelsea estava impedido de contratar, e, para piorar, Eden Hazard já tinha sido vendido por £103.5mi para o Real Madrid. Utilizando uma questão contratual, Mateo Kovacic foi contratado (estava emprestado pelo próprio Real Madrid, no acordo envolvendo Thibaut Courtois), sendo, portanto, a única contratação para a temporada.
Começou de forma vexatória, após perder de 4×0 para o Manchester United, seguido da derrota para o Liverpool (válido pela Super Copa da UEFA, uma vez que o Chelsea havia vencido a Europa League).
Porém, em outubro de 2019 as coisas melhoraram, o que levou-o a vencer o troféu de Técnico do mês. O último tinha sido ainda com Antonio Conte que venceu por três meses seguidos (Outubro, Novembro e Dezembro de 2.016).
Pela Champions, cruzamos com o futuro campeão (Bayern) logo nas oitavas, e perdemos por um sonoro 7×1, no agregado. Mas, na Premier League, Frank Lampard conseguiu classificar-se em 4º lugar, atrás de Liverpool, City e United.
Temporada 2020-2021
Se não contratando – praticamente – , nenhum jogador, Frank Lampard conseguiu números expressivos conseguindo o acesso à Champions, contratando sonharíamos com voos mais altos. E assim, o Chelsea totalizou a incrível quantia de £222.48m, ou pouco mais de 1 bilhão e 100 milhões de reais, utilizando a taxa de câmbio da época.
Edouard Mendy, do Stade Rennais por £21.60m;
Hakim Zyech, do Ajax por £36m;
Ben Chilwell, do Leicester por £45.18m;
Timo Werner, do RB Leipzig por £47.70m;
Kai Havertz, do Bayern Leverkusen por £72m
Desnecessário dizer o que ocorreu com o Chelsea neste período, pois o que é notório não se nega. Quando Tuchel assumiu, o Chelsea ocupava a modesta 9ª colocação, atrás de Aston Villa, West Ham, Everton e Leicester, e 12 pontos atrás do líder Manchester City. Sem contar que Frank Lampard queria se desfazer de N’Golo Kanté. Mas, mesmo assim, se desfez de inúmeras promessas e jogadores que ainda poderiam ter algum potencial.
Gastando uma quantia quase que inimaginável, e vendo que, claramente, a equipe não tinha nenhum padrão tático ou técnico, talvez Abramovich tomou a decisão mais difícil quanto aos seus treinadores: demitir Frank Lampard.
Era Tomas Tuchel
Com todas as coincidências possíveis de Lampard, Tuchel assumiu sem poder contratar ninguém, aja vista que a janela de transferência já tinha sido fechada. Assinou um contrato-tampão, por apenas 18 (dezoito) meses, cujo objetivo era classificar para a Champions.
Como atingiu seu objetivo (na sorte e com a ajuda do Tottenham na última rodada), e ainda por cima, venceu a totalmente improvável Champions League (aja vista as condições em que assumiu), utilizou da mesma retórica de Lampard para a temporada 2021/2022: Se sem contratar Tuchel venceu a Champions, contratando o que poderíamos alcançar?
De acordo com Tuchel, praticamente TODOS os jogadores de frente não funcionavam em “seu” esquema, ou seja, precisávamos de um centroavante “matador”. Assim, “mesmo contra sua própria vontade” (deixando bem claro), o Chelsea foi lá na Inter e trouxe por mais de 100 mi de libras, Lukaku, e que, somente depois, Tuchel percebeu que este mesmo “matador” não servia em seu próprio esquema.
Depois da tempestade ocorrida com a venda do clube, a nova direção do Chelsea, confiando no treinador gastou um pouco mais da gigantesca quantidade de dinheiro, como ocorreu com Lampard.
Porém, depois de alguns poucos jogos, a nova direção percebeu que, com este “esquema do treinador”, não iríamos chegar a algum lugar, e não esperou virar o ano para que o treinador fosse demitido.
Qualquer simetria existente na curta história dos dois treinadores, não é equivalência, é verossimilhança.
