Se passaram 16 rodadas desde o início da Premier League, e o sentimento de insatisfação prevalece em grande parte da torcida do Chelsea.
Devido à constante oscilação nos dois lados do campo, o clube de Stamford Bridge ganhou fama por protagonizar partidas emocionantes aos seus torcedores.
Nos últimos 9 jogos válidos pelo Campeonato Inglês, os Blues sofreram 23 gols no total. Por outro lado, a equipe londrina balançou as redes 19 vezes nesse mesmo período.
Tudo isso vem se mostrando frutos de um questionável trabalho que Mauricio Pochettino vem construindo à frente do Chelsea.
Há um bom tempo, a vexatória 10° colocação na tabela de classificação vem sendo a realidade de um clube que investiu mais de 400 milhões de euros em contratações na última janela de transferências.
Certo ou errado?

As 5 vitórias na Premier League são o retrato de um time apático, dirigido por gestores incompetentes. O péssimo trabalho de Mauricio Pochettino a frente dos Blues é somente uma gota de água no meio de um oceano de problemas.
O Argentino vive em Stamford Bridge o seu pior início de trabalho desde a temporada 2012/13, quando deixou o Espanyol na lanterna de La Liga com uma campanha de 8 derrotas, 3 vitórias e 3 empates.
Persistir no erro vem se tornando uma característica marcante de Pochettino no Chelsea e esses erros influenciam drasticamente no desempenho da equipe dentro de campo.
O técnico parece ter receio de sair da zona de conforto e acaba por criar escalações incoerentes com a realidade. A utilização de Conor Gallagher nos últimos jogos revela-se equivocada por parte do treinador, uma vez que o atleta não demonstra aptidão para integrar o time titular, quanto mais assumir a braçadeira de capitão.
Essas pequenas falhas persistem ao longo da temporada, quase como se seguissem um padrão. A falta de oportunidades para Noni Madueke e Ian Maatsen, além da insistência em Robert Sanchez na posição de goleiro acabam por desgastar o cargo de Mauricio Pochettino.
A defesa tem sido alvo de críticas intensas dos torcedores, visto que a equipe sofreu 14 gols em apenas 5 partidas. Além das falhas individuais, é válido destacar as inúmeras modificações sofridas por esse setor na tentativa de “estancar a sangria”, contudo, parece que tais esforços não surtiram efeito.
Uma luz no fim do túnel?

Não é surpresa para ninguém que muitos dos jogadores considerados fundamentais para o sistema de jogo implementado por Pochettino no Chelsea estão no departamento médico do clube. No entanto, até que ponto isso afeta o desempenho da equipe?
As ausências de jogadores-chave como Cristopher Nkunku, Malo Gusto e Ben Chilwell obriga o treinador a tomar decisões arriscadas para resolver os problemas da equipe, incluindo a improvisação de jogadores em áreas específicas do campo.
Na altamente competitiva Premier League, a profundidade do elenco é considerado um fator crucial para a estabilidade de qualquer equipe no campeonato. No caso do Chelsea, esse desafio tem sido agravado com o tempo, transformando-se constantemente em um obstáculo a ser superado pela equipe.
A volta de Cristopher Nkunku aos gramados é recebida com entusiasmo pelos torcedores mais otimistas do Chelsea, pois pode representar o começo de uma reviravolta na segunda metade da temporada.
A janela de janeiro surge como uma esperança para os Blues, podendo trazer um atacante de elite para Stamford Bridge e possibilitar a chegada de alguns jogadores. No entanto, o clube não deve focar apenas em novas contratações para a sua reestruturação. É fundamental construir uma base sólida para os próximos anos, incluindo a aquisição de atletas com maior experiência, capazes de lidar com a intensa carga de partidas.
Dito isso, é crucial honrar o processo de amadurecimento de jovens talentos como Enzo Fernandez, Cole Palmer, Nicolas Jackson e Moisés Caicedo. No entanto, não podemos ignorar o desempenho em campo, uma área que parece não ter recebido a devida atenção de Pochettino desde a sua chegada. Lançar os jogadores jovens sem o devido cuidado é assumir o risco de prejudicar o futuro da equipe.
É tempo de pensar no assunto?

Ao longo de muitos anos, o Chelsea ganhou a reputação de ser um clube com alta rotatividade de treinadores. A chegada de Todd Boehly prometia encerrar essa filosofia, no entanto, o que observamos em Londres é uma continuidade desse pensamento. Desde que o norte-americano assumiu o controle dos Blues em meados de 2022, cinco técnicos diferentes dirigiram o Chelsea.
Dispensar Mauricio Pochettino significa continuar com a mentalidade de constante troca de técnicos, prejudicando o processo natural de adaptação dos jogadores a uma filosofia de trabalho e obrigando-os a se ajustarem a um novo estilo de jogo.
Optar pela dispensa do argentino pode ser uma escolha sensata, desde que o seu substituto seja à altura do Chelsea – um técnico de elite, familiarizado com o clube e alinhado com uma filosofia de jogo que se encaixe no projeto esportivo da diretoria.
Nesse cenário, a decisão revela-se uma situação delicada. No mercado, há escassez de nomes alinhados com os requisitos mencionados. Em caso de demissão do argentino, tudo indica que Antonio Conte, Hansi Flick e Zinédine Zidane surgiriam como principais candidatos ao cargo.
Manter Pochettino implica no risco de mais um ano desperdiçado, com a tão desejada classificação para a Liga dos Campeões distante, resultando em outra temporada de insucessos.
Eliminar o problema desde a sua origem sempre parece a opção mais acertada para o torcedor, no entanto, em ambas as situações, tudo permanecerá sujeito ao imponderável. Logo, cabe à diretoria dos Blues escolher, com a máxima cautela, a direção que seguirá.
Até o momento, em relação a uma possível permanência de Pochettino em Stamford Bridge, temos apenas incertezas e questionamentos quanto ao seu futuro.